segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O Código Da Vinci

Um dos personagens principais da trama de Dan Brown é Robert Langdon, um especialista em Simbologia muito conhecido no meio acadêmico. Estando em Paris para proferir uma palestra, cujo tema tinha relação com uma determinada sociedade secreta, Robert acaba se tornando culpado pela morte de Jacques Sauniére, curador do museu de Louvre, que antes de morrer convidara Robert para um encontro. A morte de Jaques está envolta em muitos mistérios, tais como: a posição do seu corpo e uma mensagem misteriosa escrita com sangue, composta de letras e números. O policial responsável pela investigação, Bezu Fache, intima Robert para o local do crime convencendo-lhe que necessitava de seus conhecimentos em simbologia para ajudar-lhe a decifrar o crime, porém, seu verdadeiro objetivo é colocá-lo em uma posição difícil para que possa confessar que matou o curador, visto ser ele o principal suspeito. Dentro do museu Robert conhece Sophie, que dizendo está ali para decifrar a mensagem deixada pela vítima, seu avô, acaba se tornando companheira de Robert e sua única saída da armadilha preparada pela polícia francesa. Depois de uma série de perseguições e fugas espetaculares, Robert e Sophie conseguem decifrar parte da mensagem e acabam buscando ajuda na casa de Sir Teabing, um renomado estudioso de uma sociedade secreta chamada Priorado de Sião, supostamente criada para defender um dos maiores segredos da História: O Santo Graal. Aos poucos Sophie vai revelando fatos relacionados com seu avô, como o fato de ter presenciado há muitos anos a participação deste numa estranha cerimônia, o que a fez distanciar-se deste desde então. Robert e Teabing contam a Sophie seus conhecimentos sobre a tal sociedade secreta da qual o avô de Sophie fazia parte, aliás, ele era um dos quatro guardiões responsável por guardar a localização do Santo Graal. O verdadeiro assassino de Jacques, bem como o de outros três personagens importantes da sociedade francesa é um monge da Opus Dei, sociedade católica conservadora cujo líder, o bispo Aringaronsa, acaba se envolvendo na trama quando descobre que o vaticano resolveu tirar apoio à Opus Dei, separando-a da Igreja devido à sua má reputação. Desesperado, o Bispo, ao receber uma proposta de um misterioso mestre, que dizia possuir um segredo capaz de colocar-lhe numa posição privilegiada diante da Igreja, resolve aceitar a proposta que quase iria causar-lhe a morte. Com o dinheiro que a Igreja lhe pagaria pela dissolução, o bispo pretendia pagar ao mestre pelo segredo. O autor vai então revelando os mistérios relacionados com a tal sociedade secreta. Segundo este Jesus Cristo havia se casado com Maria Madalena, com quem tinha tido filhos, e tal descendência até hoje seria protegida pelo Priorado de Sião. Esta sociedade teria tido vários participantes ilustres como Issac Newton, Leonardo da Vinci, entre outros. Da Vinci é o mais citado na trama, e segundo o autor, teria deixado várias pistas em seus quadros sobre os segredos guardados pelo Priorado. Ainda segundo Dan Brown, a igreja católica sempre perseguira os descendentes de Jesus bem como os membros do Priorado a fim de apagar de vez esta "verdade" sobre Jesus, pois se isto fosse divulgado para o mundo, o Cristianismo entraria em declínio. Numa tentativa desenfreada de fugir da polícia francesa e de decifrar todos os enigmas deixados por Jacques, Robert e Sophie chegam à Londres aonde a história continua a se desenrolar, mostrando, dentre outras coisas, belas paisagens e belos monumentos que nos fazem fazer uma grande viagem imaginária. Muitas surpresas vão surgindo ao longo da história, bandidos viram amigos e amigos, bandidos. Os enigmas deixados pelo avô de Sophie parecem ser impossíveis de ser decifrados, porém, a paciência e perspicácia de Sophie e Robert permitem-lhes chegar ao verdadeiro local do Santo Graal e à verdade sobre a família de Sophie. Seu irmão e sua avó estão vivos e o reencontro com eles se torna um dos momentos mais emocionantes da trama. Sua avó revela fatos ainda não esclarecidos e diz que o Graal não está mais ali, aliás, confessa que o mais importante não é achar o Graal, mas sim a eterna busca por ele. No final um clima de romance já é percebido entre Sophie e Robert. Este retorna para Paris, enquanto Sophie agora tenta reconstruir sua vida com a família reencontrada. Ainda numa última tentativa de encontrar o local onde estaria depositado o grande segredo do Santo Graal, Robert acaba descobrindo que o mesmo estava no local aonde tudo começara: o museu de Louvre. O livro procura, dentre outras coisas, enfatizarem o lado humano da pessoa de Jesus defendendo sua possível relação amorosa com Maria Madalena. A divindade de Jesus, crida não só por católicos, mas também por todos os ramos do Cristianismo é questionada diante das "provas" encontradas e guardadas de forma misteriosa. Apesar da trama muito bem criada e das teses no mínimo interessantes, Dan Brown ás vezes parece não ter considerado ou levado a sério toda a Teologia formada e sistematizada ao longo dos séculos por grandes pensadores como Agostinho, Calvino, Aquino, dentre outros, que serve como base para uma das verdades mais basilares da história da Igreja, a saber: que Jesus Cristo sim era homem, mas também era Deus, o Deus encarnado no meio dos homens para salvá-los e redimí-los.

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